quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sim vocês podem!

Mulheres felizes somos nós que podemos hoje falar de poder!
Não um poder frio e inútil, mas o poder de existir.
E essa fala ficou tão chique na voz da nossa Presidenta Dilma.
Fico emocionada lembrando o quanto estivemos a mercê de uma sociedade machista e desumana por séculos.
Desde os primórdios fomos tratadas como seres sem inteligência e recebidas já com indiferença por parte dos pais que muitas vezes preferiam o filho homem.
Quase tudo foi negado a mulher.
Quando ela nascia com a desenvoltura dos fortes e com a vontade de fazer alguma coisa alem do seu tempo era massacrada literalmente.
E não somente pela sociedade masculina não gente! E sim pelas mulheres também coitadas que nem sabiam o que estavam fazendo com elas próprias.
Acontece que já nascidas com o brasão da incompetência a mulher ficava á disposição de todos os desmandos.
E era assim mesmo.
Bastava querer um pouco mais de justiça e isso ate em casa, um pouco de igualdade que vinha a família cair em cima literalmente daquela que ousava ao menos reclamar da situação.
Confortavelmente os homens seguiam cuidando de suas mulheres como se elas fossem inúteis e frágeis.
Lembro-me bem de um fato acontecido em minha cidade.
Passando pela rua, ouvi gemidos infinitos que doíam na alma e no coração. Eu era pequena e logo pensei: fantasma.
Eu sempre muito medrosa sai correndo para contar aos meus irmãos. Eram cinco em casa e eu era a primeira filha.
Bem, fomos pesquisar por nossa conta, levando paus, pedras e armadilhas para ver o que acontecia.
Cada um tinha uma opinião sobre os tais gemidos.
E fomos la, corajosos os seis e sabem o que encontramos?
- uma mulher acorrentada em meio a uma devastação. Não parecia uma casa e sim um lugar terrível.
Em nossa visão de criança era completamente assustadora a situação.
O pavor foi tão grande que saímos correndo e não tivemos outro jeito que contar a minha mãe o que vimos.
Bem gente, a minha mãe morrendo de medo, não deixou que contássemos a meu pai o acontecido e assim a mulher ficou presa la ate que o “dono dela” resolvesse tira-la do castigo.
Não havia o que fazer.
Não podíamos contar nada. Fez-se um segredo profundo.
Todos os vizinhos ouviam os gemidos e a historia ficou como se fossem fantasmas mesmo.
O tal direito do marido sobre a mulher era respeitado por todos.
Esse fato nunca saiu da minha memória.
O desejo de criança de ter outra profissão que não fosse somente professora era refutado com explicações esquisitas tais como: mulher que trabalha fora não casa, homem não gosta e ai gente o medo de ficar falada era uma tristeza.
E assim hoje, os tempos mudados, temos o prazer de escutar a nossa Presidenta dizer para todas as mães de meninas:
Sim você pode! E é com orgulho que falo com a minha neta: você pode!
E pode mesmo!
A luta continua porque falta muita coisa ainda para ser entendida.
Foram séculos de repressão e a mulher não esta sabendo ainda como agir. Vejo muitas perdidas entre o antes e o agora.
Mas conseguiremos! Com certeza!
A minha luta queridas mulheres e´pela igualdade! Não acredito em feminismo tanto quanto não acredito em machismo.
Jamais entendi porque essa sociedade arcaica não mirou em grandes civilizações como o Egito Antigo que respeitava as mulheres e os Celtas que também tinham suas mulheres com os mesmos direitos dos homens. Eram todas livres nas decisões.
Acredito em mudanças e acredito no homem e a mulher lado a lado.
É assim que eu gostaria de ver a sociedade de hoje: lutando pelas mesmas causas tão importantes como o combate a fome no mundo,
como a erradicação do anafalbetismo e o fim do domínio das grandes potencias mundiais.
Não sou sonhadora nem visionaria.
Acredito no ser humano. Acredito nas possibilidades de um mundo melhor para todos. Sem opressão!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Em busca da perfeição

Em busca da perfeição
Os tempos passam, mudanças acontecem, o mundo gira...Todos os dias novas descobertas surgem e diferentes caminhos se mostram para quem busca alargar os horizontes e ganhar qualidade de vida. Mas, há situações que ainda se mantém e embora se apresentem com embalagem moderna, repetem o mesmo conteúdo arcaico, rígido e preconceituoso. Um exemplo é o comportamento feminino que, apesar de ter passado por algumas transformações, continua repetindo velhos padrões.
Antigamente, as mulheres viviam reclusas ao lar envoltas em suas tarefas domésticas e cuidando dos filhos. A casa era o seu mundo, transformada em um ambiente bem cuidado, acolhedor e harmonioso para toda a família. Sem direito ao trabalho fora de casa e ao diploma universitário, elas tornavam-se as “rainhas do lar” e esmeravam-se na arte da culinária, do bordado, da costura e do recato. Isto bastava para serem aceitas na sociedade. A submissão era o que se esperava delas.
Foi só recentemente que as mulheres se emanciparam e puderam ingressar na universidade e no mercado de trabalho alcançando postos antes ocupados somente por homens e ainda receberam licença para votar. Esses ganhos proporcionaram independência e autonomia às mulheres do nosso tempo que se dão ao direito de fazer escolhas e de decidir o que mais lhes convém. Mas, será que esta liberdade é deveras real como se imagina?
Continuamente, pesquisas sobre a vida de milhares de mulheres de idades, profissões e classes sociais diversificadas, tem mostrado que, em sua maioria, o universo feminino anda com um nível altíssimo de exigências e expectativas. As mulheres de hoje querem tudo da vida: filhos, marido, carro, viagens, casa, carreira, corpo perfeito e tempo ilimitado para as grandes emoções, compras, aventuras e badalos da vida moderna.Tudo isso em grande estilo e perfeição, sem abrir mão de nada. Precisam ser magníficas em tudo. Mas, onde fica a paz, a alegria de viver e o encontro com a própria alma? Parece que estas mulheres precisam provar sua competência a qualquer preço para serem aceitas. Abdicam do seu poder feminino e da sua intuição e se colocam nas mãos de médicos, estilistas, padres, pastores, namorados, maridos e filhos a lhes ditar as regras de como deveriam ser e proceder. Perdidas, correm atrás de um modelo e não percebem que, cada uma de nós já tem na alma um modelo único. Continuam “belas adormecidas” apesar da modernidade que elas apregoam por aí. Essa busca pela perfeição e por uma vida irreal, sem limites e voltada apenas para o “ter”, está anestesiando a percepção dos seus dons, dos seus anseios mais profundos e das suas verdadeiras realizações e vitórias ao longo de suas trajetórias. Elas deixaram de existir e apenas “vivem”correndo daqui e dali, incógnitas e invisíveis para si mesmas.
Será que um dia essas mulheres serão realmente livres para então, viverem em paz consigo e com a sua real vocação? Renata de Melo Moreira

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mulheres queridas


Achei comovente este artigo....assinado pela Eni. Sobre as nossas marcas....lindas marcas.

A vida se faz nas marcas


Esta é prá nos dar coragem e seguir viagem quando a noite vem. Aceitar as marcas, transformá-las em troféus.
Criar sobre elas, como quando o professor faz uma mancha na folha de papel em branco e diz: Faça um desenho incorporando esta mancha. A mancha continua na folha, mas passa a fazer parte de uma paisagem, de um retrato ou de uma composição abstrata. Talvez seja uma bela inspiração.
Muitas vezes vamos ter que aceitar o inconcebível, abandonar crenças ou estilos de vida que não nos cabem mais. Mas continuamos a ser e quem sabe a florescer. Sobreviver não é nossa meta. Nossa meta, minha meta é vicejar.
Então, vamos lá!
Eni



Para mim não existe vida fora da palavra escrita. Passei quatro dias ouvindo, pensando e por último falando sobre literatura em conversas na Casa de Cultura da Flip (Festa Literária Internacional), em Paraty. Promovida pelo Itaú Cultural, esta programação era gratuita. O debate me carregou para uma reflexão sobre as minhas marcas. E penso que as marcas se inscrevem em nós primeiro como algo indizível. E depois as transformamos em outra coisa que nos dá a possibilidade de viver. Em mim, elas viram texto. Percebo então que palavras são marcas por escrito. E lamento as vidas que não querem ser assinaladas pela vida.

Vivemos numa época que não quer ser marcada. A maioria de nós tenta escapar das rugas, estas cicatrizes do rosto, de todas as formas – algumas delas bem violentas. Os sinais da idade, da vida vivida, são interpretados como algo alienígena, estranho a nós. Estão ali, mas não deveriam estar. É quase uma traição. Urge então apagá-las.

É tamanho o nosso medo da velhice e da morte, que as marcas da vida vivida são decodificadas como feias, quase repugnantes. Tanto que estamos diante de uma novidade – as primeiras gerações de seres humanos envelhecendo e morrendo com os sinais não da idade, mas das cirurgias plásticas. Sim, porque estas também são cicatrizes. Não há jeito de morrer sem marcas porque não há como viver sem ser marcado pela vida. Mesmo os bebês, que por alguma razão morrem ao nascer, já trazem no corpo a marca fundadora – o corte do cordão umbilical que lhes arrancou de dentro da mãe. O umbigo é nossa primeira cicatriz, aquela que nos unifica.

Se a tecnologia conseguir inventar um ser humano sem marcas é porque desinventou o ser humano. Podemos talvez um dia apagar todas as marcas visíveis, tatuadas no corpo. Mas nunca haverá uma cirurgia capaz de eliminar as marcas da alma. E esta é também uma tentativa que temos empreendido com muito empenho. Por um excesso de psicologês, uma leitura transtornada do pensamento de Freud, passamos a achar que tudo é terrivelmente traumático. Qualquer contrariedade ou vivência não programada supostamente estigmatizaria nossos filhos e aniquilaria seu futuro. Qualquer derrapada no script de nossos dias nos assinala como catástrofe. Parece que viver se tornou uma experiência por demais traumática para quase todos – e, se assim é, a única solução seria não viver. Mas a questão não é o trauma – e sim o que cada um faz com ele.

Há algumas semanas participei de um debate com psicanalistas no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, sobre o excelente documentário de Miriam Chnaiderman e Reinaldo Pinheiro, Sobreviventes, sobre o qual já escrevi uma coluna quando foi lançado. Em minha fala, sugeri que não existem sobreviventes. Só é possível ser vivente. A palavrasobre-vivente contém a ideia de viver apesar do vivido. E eu acredito que só é possível viver por causa do vivido.

Em mais de 20 anos contando histórias de pessoas – e também minha própria história –, percebo que as pessoas morrem e renascem muitas vezes numa vida só. Cada existência é uma sucessão de pequenas mortes e renascimentos desde este primeiro corte que nos separa de nossas mães e dá início à nossa existência como indivíduo. Fico só imaginando nesta época onde tudo vira trauma insuperável, o que aconteceria se as pessoas pudessem se lembrar dessa expulsão do paraíso uterino. Haveria uma legião de homens e mulheres incapazes de lidar com acontecimento tão terrível. Sem perceber que é só por ele, afinal, que começamos a viver. Até então, somos todos apenas uma continuidade, um apêndice, do corpo materno.

É verdade que, compreendendo o trauma como algo que nos marca, que nos mata simbolicamente para que possamos renascer de outro jeito, nossa vida é cheia deles. O que questiono aqui é a crença de que não deveria ser assim, a ilusão de que é possível – e o pior, que é desejável – ter uma vida sem marcas no corpo e na alma.

É claro que alguns acontecimentos são devastadores – e lutamos para que não voltem a se repetir com ninguém. Mas, mesmo nestes casos, me parece que a vida só é possível não apagando o que é inapagável, mas fazendo algo novo com esta marca. Transformando-a em algo que possa viver.

Recentemente, causou grande polêmica um vídeo no YouTube, onde Adolek Kohn, de 89 anos, “sobrevivente” do holocausto judeu, dança com sua filha e netos a música “I will survive” (“Eu sobreviverei”), de Gloria Gaynor, em campos de concentração como o de Auschwitz. Quem não tiver assistido, pode encontrá-lo facilmente na internet. Muita gente achou desrespeitoso com o sofrimento das vítimas do holocausto. A mim pareceu emocionante. Concordo com a filha, a artista australiana Jane Korman, quando diz: “Esta dança é um tributo à tenacidade do espírito humano e uma celebração da vida”.

Poder dançar no palco em que quase foi assassinado – e onde milhões de pessoas foram exterminadas – é fazer algo vivo em vez de fazer algo mórbido. Especialmente poder dançar com a continuidade de você – na companhia de todos aqueles que quase não existiram, uma descendência inteira quase aniquilada pela morte de um. Afinal, ele dança sobre suas antigas e brutais lembranças amparado por uma nova memória, representada pelos seus descendentes, por aqueles que vão recordá-lo e produzir outras histórias e sentidos para a trama das gerações. É mais do que uma magistral vingança – é uma dança.

Isso não significa que este (sobre)vivente tenha lidado melhor com seu trauma que todos os outros. Cada um encontra seu caminho – e a maioria dos caminhos não aparece no You Tube. Mas acho uma prepotência “ser contra” ou ridicularizar a tentativa de um outro de lidar com suas marcas, dar um novo sentido àquilo que o constitui. Transformar em algo mais que a dor o que era só dor. Pode não ser o seu caminho, mas isso não o impede de olhar para a saída encontrada pelo outro com o profundo respeito que ela merece.

Quando as pessoas me contam suas histórias, começam a contar pelos seus renascimentos. Pelo momento em que morreram de um jeito, por causa de um trauma, e renasceram de outro. É ali que identificam seu início – ou reinício. Uma nova vida só é possível quando contém a anterior e a sua quebra. O que atravanca nossa existência é ficar fixado no trauma – enxergar a marca como uma morte que não renasce, como um corte que não vira cicatriz. Por isso a palavra “sobrevivente” – e o sentido que ela tem no senso comum – me incomoda. É como se vida fosse o que havia antes, algo que não pudesse se quebrar, e o que temos agora fosse algo menor que a vida, uma mera sobre-vida. Me parece, ao contrário, que a matéria da vida é justamente esta sucessão de quebras – e viver é dar sentido a elas.

Esta ideia vendida e consumida exaustivamente, de que a vida não pode ser marcada nem no corpo nem na alma, tem causado enorme sofrimento às pessoas. Não o sofrimento que nos leva a criar uma vida, mas aquele que nos leva a anestesiar uma vida. Este equívoco tem transformado gente que poderia viver em meros sobreviventes. Porque se não podemos ser marcados, se cada marca for vivida como algo mórbido e não como parte do vivido, fixamo-nos na morte. Viramos uma ladainha que repete sempre o momento mortífero e não consegue seguir adiante.

Ser – é ser em pedaços. O que nos impede de viver não é o trauma, mas a ideia de que exista uma vida que possa prescindir deles. E o que nos humaniza é a capacidade de criar algo vivo com nossas marcas de morte. Palavra escrita, literatura, como tanto se discutiu na festa literária de Paraty. Dança, como o (sobre)vivente do holocausto. Jardins, bordados, doces, móveis, dribles de futebol.

Como poderia dizer a poeta Adélia Prado, “uso todos os meus cacos para fazer um vitral”. Cada vida humana é um vitral feito com as marcas de todas as nossas mortes. Sem os cacos, nada há.


(Eiane Brum é jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo).

sábado, 23 de outubro de 2010

Mulheres bonitas!
Estou lendo um capitulo maravilhoso do livro “ Mulheres que correm com lobos” da autora Clarissa Pinkola Estes – O CORPO JUBILOSO! nossa!
Ela vai direto ao ponto quando fala sobre o corpo jubiloso.
Esse corpo que as mulheres lutam para mantê-lo em forma, não sabendo elas a importância do corpo feminino, o poder das ancas, gente!
Tenho visto por essa vida afora um desfiar de sofrimentos por ser o corpo considerado fora de forma ou fora do comum.
Será que o normal aceito seria fazer com que as mulheres tivessem a mesma medida de quadril?O mesmo tamanho de seios? A mesma cor? A mesma idade? O mesmo cheiro?
Que angustia posso perceber em mulheres que decepam seu seio ou o entopem de silicone.
São seios maravilhosos que vertem o néctar da vida e os tornam pequenos porque não suportam estufar o peito e assumirem-se como mulheres que são: deusas do amor.
Será que já pensaram que a carne, a pele que recobre o corpo não é de mármore? Será que sabem que o corpo é repleto de terminações nervosas que nos levam ao sentir?
Alguém já perguntou aos homens o que eles sentem frente ao poder feminino das ancas?
Nossaaaaaaa!
Ousem perguntar e irão descobrir o quanto sofrem sem motivos, quando não assumem a grandeza do corpo da mulher, sua fala, sua função, sua sensibilidade.
Ah Mulheres! Mulheres do bem querer, mulheres da maldição do esquecimento da verdadeira finalidade do corpo feminino.
Os homens sentem-se envolvidos na magia do corpo natural e vocês preocupadas em mutilar o que veio para nutrir, preencher e manifestar a gloria do feminino.
Qual a maior função do corpo? A sensibilidade ao toque.
Não estou fazendo aqui uma apologia á falta de cuidados com o corpo. Acho a vaidade importante para o bem estar. Mas tudo com cautela, mulheres bonitas!
O que chama a minha atenção nesses quase 60 anos de vida é o sofrimento da mulher que começa a ser maltratada em casa, através das outras mulheres: avós, mães, tias, irmãs.
O ser feminino, a menina linda ainda em botão sufocada por mentes doentias que vem de geração em geração porque também foram ensinadas assim.
Eu vou contar uma historinha para vocês.
-Eu tinha uma avó, que não permitia que eu ficasse assentada e nem ficasse descalça.
Sabem por que?
-Porque senão minha anca ficaria grande e meus pés enormes.
Isso me angustiou profundamente numa idade em que queria brincar, correr, divertir, com meus cinco irmãos mais novos que eu.
Mas como sou rebelde, muito rebelde, dei um jeito de sair desse castigo infringido a uma menina cheia de sonhos e ilusões e força de vida.
Adivinhem o tamanho das minhas ancas? E o tamanho dos pés?
Mas nada disso foi ruim para mim.
Tenho o maior orgulho de exibir meus quadris na dança, para aquele a quem amo, e desfilo leve e solta feliz da vida sabendo que meu corpo reage aos estímulos.
Descobri que meu corpo é igual ao dos meus antepassados espanhóis, portugueses e africanos: forte e vencedor.
Sou prazerosa e ciente da minha força enquanto mulher e mãe. Sou grata por ter descoberto a tempo o prazer e a gloria de ser mulher.
Convido todas as mulheres a se olharem com carinho, com amor, e curtir o corpo jubiloso, maravilhoso, encantador da mulher, esse ser indiscutivelmente saboroso para os homens e para si mesmo.
Eu amo o meu corpo, as minhas belas ancas e meu cheiro de mulher.
Somos deusas! Aproveitemos nossa divindade gente!



Clarissa Pinkola Estes diz no livro “ MULHERES QUE CORREM COM LOBOS”:
”A FUNÇÃO DO CORPO É NOS ENCHER DE SENSAÇÕES”

“A QUESTAO NÁO É O FORMATO NEM COR NEM IDADE MAS SIM SE EXISTE EMOÇAO...SENSIBILIDADE”

“O PODER CULTURAL DO CORPO É A SUA BELEZA MAS O PODER NO CORPO É RARO POIS A MAIORIA DAS MULHERES O EXPULSOU COM TORTURAS OU COM SUA VERGONHA DA PROPRIA CARNE”






quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Feitiço da Lua

Feitiço da Lua
Falar sobre a lua é mais do que lembrar que ela é o único satélite da Terra já que outros planetas possuem várias luas,e isto já torna-a especial para nós.
Falar sobre a lua nem tampouco é reforçar a sua influência sobre o clima, as marés, a agricultura, a pesca, o ciclo feminino e o nosso estado de humor.
É sobre tudo aprender com as suas fases e com o que elas nos inspiram de melhor, já que, como humanos, somos também instáveis e sujeitos a ciclos.
A lua vem trazer uma mensagem especial para todos nós através de suas fases: de transformarmos nossa vida com a lua minguante; de plantarmos novas sementes e novos sonhos com a lua nova; de tomarmos atitudes conscientes e construtivas com a lua crescente e de colhermos nossas vitórias e brilharmos no palco da vida com a lua cheia, com todo o esplendor que possuímos dentro de nós,adormecido,à espera de um firme desejo interno,pois o criador nos dotou de um poder incrível.
Mas a lua, símbolo do feminino, vem fazer um convite principalmente à mulher do nosso tempo e relembra-la do seu feminino,tão negado e até extirpado do seu corpo e da sua alma.A lua convida todas as mulheres a se apossarem desse poder feminino,da sua força de mulher e a retornarem ao caminho que as mulheres da antiguidade conheciam bem e através do qual alcançaram a plenitude.E que caminho é este? É o caminho da simplicidade,da aceitação dos próprios limites,da alegria de ser mulher num corpo que menstrua,engravida ou não,que envelhece e que entra em menopausa.Etapas naturais que se tornaram um martírio para as mulheres de hoje,tão contaminadas pelas mensagens de uma cultura masculina, onde o que importa é o perfeccionismo, a pressa, a imagem, o controle e o domínio de tudo ,a destruição de todas as formas de vida em função dos lucros materiais, a falta de limites e a inteligência desvinculada do sentimento.
As mulheres atuais se deixaram seduzir pelas condutas masculinas na ânsia de apagarem de si qualquer traço feminino, por se sentirem inferiores, inadequadas, tolas e medíocres pelo fato de terem nascido no¨ sexo frágil¨.
Como mostrar à esta mulher da modernidade,que ela é um ser agraciado pela natureza por possuir o dom de recriar a vida e por ter a chance de chegar mais facilmente à realização de sua missão pois,possui uma intuição que a direciona sem precisar da lógica masculina, que necessita pesar, medir, raciocinar, argumentar e provar o tempo todo. A mulher simplesmente sente a verdade, e isto basta.
Como convencer esta mulher atual a se libertar da sua escravidão e romper as correntes que a prendem ao corpo perfeito,à mãe perfeita,às suas exigências consigo,à falta de prazer no dia a dia,ao excesso de obrigações,de deveres, de responsabilidades e de agrados para preencher as expectativas dos outros.E quando surge a depressão,a TPM,os problemas na menopausa,a síndrome do pânico,o vazio interior e outros,ela nem sabe por que,afinal tem sido tão exemplar , se sacrifica por todos e passa por cima de si para cumprir a caridade tão pregada pelas religiões.
A mulher se esqueceu que a vida é efêmera e que não dá para adiar a alegria, a leveza,a brincadeira Ela abdicou de sua ternura,de sua doçura consigo,de ouvir sempre a voz do seu coração,e é isto o que a faz tão feminina,mais do que usar batom,mostrar as pernas,cuidar dos cabelos ou da imagem exigida pelos outros.Ser feminina é uma questão de auto-amor,de auto-aceitação,de criar intimidade consigo.
A missão feminina no mundo é muito bela e importante, pois traz a semente da vida.A mulher poderia muito contribuir com a paz no mundo,estimular nas pessoas o cuidado com o planeta e com todas as formas de vida e influenciar nas demais questões primordiais para os nossos tempos.Para isto porém,a mulher precisaria fazer as pazes consigo e substituir a violência direcionada a si mesma pela doçura que a natureza plantou em seu coração e seguir o caminho para o qual foi criada:ser a ligação entre tudo ,o elo, a ponte entre espírito e matéria,a força que integra em vez de separar,o sopro divino que sustenta a vida.Assim eram as sacerdotisas egípcias,mulheres especiais, pois buscavam essa integração corpo e alma,ao mesmo tempo em que exerciam suas funções de mãe,trabalhadora,funcionária pública,serviçal,rainha.

Este modelo de mulher feliz e saudável,foi banido das culturas patriarcais por ameaçar os interesses de poder e domínio de seres masculinos amedrontados pela força feminina.A imagem da odalisca então,é a que permanece até hoje em nosso inconsciente,norteando cada mulher e semeando a ilusão de um modelo de mulher feliz e livre.Poucos sabem no entanto,que a odalisca era uma escrava ,sujeita aos caprichos de um sultão que a mantinha reclusa num harém onde valia como um objeto sexual.
A lua então, vem com sua magia para convidar
todas nós,mulheres,ao retorno à esta energia feminina,ao resgate do prazer de ser mulher,livre para ousar sem seguir os padrões impostos,para brincar e vivenciar vários papéis,para dizer não e sim com autonomia,para experenciar cada etapa da vida com intensidade, sem negar nenhuma.Para se permitir ser frágil e forte,ser metade e inteira,chorar e sorrir,se acolher nas adversidades e se aplaudir nas vitórias. Afinal, a grande lição é saber que, não precisamos provar nada para ninguém, nem para nós mesmas. O que importa é vivermos como mulheres que escolhemos ser, quando para cá viemos, como sacerdotisas, donas do nosso desejo e do nosso caminho. E isso depende somente de nós mesmas.
Que cada mulher retorne para si e para sua esquecida alma, se reconheça no seu corpo e na sua vocação para, assim, abrir as portas do seu templo sagrado, onde uma sacerdotisa de olhar terno e firme, lhe sorrirá e lhe estenderá as mãos, suaves como cálices de lótus. E juntas, sob a lua cheia, com a água, a terra, o ar e o fogo, dançarão e celebrarão a magia de ser mulher.

APRESENTAÇÃO DE DANÇA DO VENTRE- NOVEMBRO/2009
RENATA DE MELO MOREIRA (Professora de dança do ventre)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O beijo esquecido


Um dia feliz para mim e repleto de sentido porque estou aqui, recebendo vocês nessa troca amorosa onde poderemos conversar um pouco e discutir assuntos que nos interessam enquanto seres que somos, conectados com a boa nova da alegria e do prazer de viver.
Sejam benvindos a esse espaço democrático aberto a todos que queiram discutir, se expressar ou simplesmente conversar comigo.
Confesso que é uma das coisas que mais gosto de fazer: conversar, trocar idéias.
Estar e sentir a força do ser humano, o seu calor nessa pressa de hoje, onde a correria mal deixa tempo para comer, namorar, amar.
Tudo é rápido e assim vão-se os dias e deixamos tanta coisa boa sem fazer.
            Um descuido que sempre me chamou a atenção, nas historias dos casais mais velhos e com anos de relacionamento é o fato de se deixarem levar pelo quotidiano, esquecendo em meio a tantos trabalhos e dificuldades, o melhor momento entre eles.
Sabe qual é?
O beijo gente! O beijo caliente, o beijo na boca.
Nossa! Que delicia o beijo que nos envolve e nutre o nosso ser de prazer, emoção, sedução, alegria trazendo bem estar e força.
Renova o amor, recupera a lembrança da promessa de amor eterno, do primeiro encontro, onde o fogo da paixão ardeu tanto que nos fez assumir essa pessoa para o nosso bem estar e acreditando que seria o bem maior.
E o tempo passa e vão-se assim descuidando desse momento mágico onde começamos todo o processo de sedução e do amor bonito que a gente sonhou.
            Outro dia, numa missa aqui em minha paróquia, comemoravam-se os cinqüenta anos de um casal e o padre convidou-os a subir ao altar para abençoar as alianças e renovar o pacto do amor eterno.
            Bem, tudo seguia sem novidades, quando de repente o padre pára a cerimônia e pergunta ao casal em alto e bom som:
            - Há quanto tempo vocês não se beijam na boca?
            O surpresa tomou conta de todos.
O riso foi geral.
Os casais que lotavam a igreja se olhavam meio de esgueio, meio sem graça, talvez nem soubessem mais que pessoas se beijam, coitados.
            Algumas pessoas resmungaram algo um pouco envergonhados com a pergunta do padre.
Mas ele foi incisivo e voltou a perguntar ao casal:
            -Há quanto tempo vocês não se beijam na boca?
            Um pouco sem jeito, o homem conversou alguma coisa bem baixinha no ouvido do padre e em meio a sorrisos, deu um longo beijo na companheirinha dele e foi uma salva de palmas que os libertou desse momento.
            Eu no meu romantismo incorrigível, imaginei o calor daqueles corpos em seus mais de 80 anos, sentindo novamente o quanto um beijo pode fazer por uma relação.
            E deve ter sido uma noite bem gostosa para eles porque com certeza lembraram-se do prazer que permaneceu como uma pequena fagulha em seus seres.
            E como eu adoro um final feliz, eles irão viver os últimos dias de suas vidas mais agarradinhos e mais felizes.
            E vejam so!
Que alguém dê o primeiro passo para o beijo.
Agarre o seu parceiro viu! Compensa tentar.
Por favor, gente! Vamos beijar!
O beijo é doce, nutritivo, renovador e acalorador.
E sabem que emagrece? Que faz a pele ficar brilhante?
Muitos beijos na boca para todos nos.
Ufa!
Mariyah em 12 de outubro de 2010